Diariamente, um desafio é lançado: uma palavra, apenas uma, que seja capaz de mexer com a criatividade desses oito escritores. Eles deixam os dedos correr no teclado, livres e descomprometidos. O resultado? Uma poesia, uma crônica, um haikai, um conto... Enfim, o que a inspiração deixar. O blog é isso, um convite à criatividade, provocada todos os dias, no finalzinho do expediente.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Por Cristina
Estava cansada de constatar, confessou-me baixinho para que ninguém escutasse.
Respostas que sabia há tempo e teimava em constatar novamente. Mania de ir com as coisas tão até o fim, mas tão até o fim que sempre lhe sobrava algum sofrimento no final.
Mania de saber todos os detalhes, dizer todos os porquês, expor o que deveria ficar guardado a sete chaves. Até que a constatação a tomava por inteiro, sempre assim, em um repente quase que esperado, depois de tantos saberes reunidos.
E ali restava com o que já sabia a lhe pesar nos braços.
Disse-me que neste momento conseguia ver a cena em toda a sua dimensão e que só então percebia todas as nuances.
Aconteceu ontem, disse. E com tudo o que já sabia saíra passo a passo, forçando um sorriso nos lábios, como se fosse preciso...
Nunca um acesso de fúria, pois que este mataria a possibilidade da curiosidade a ser satisfeita.
Nunca um afastar decidido pois então como poderia saber?
Sempre aquele cavar das verdades doloridas, que só terminava na constatação final.
Aquela de ontem.
Que a deixara com o que já sabia a lhe pesar nos braços.

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