Diariamente, um desafio é lançado: uma palavra, apenas uma, que seja capaz de mexer com a criatividade desses oito escritores. Eles deixam os dedos correr no teclado, livres e descomprometidos. O resultado? Uma poesia, uma crônica, um haikai, um conto... Enfim, o que a inspiração deixar. O blog é isso, um convite à criatividade, provocada todos os dias, no finalzinho do expediente.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Por Mariângela
A praça de alimentação do shopping estava cheia.
De bandeja na mão, ela seguiu andando, à procura de um lugar vago.
Foi e voltou algumas vezes e nada. Tudo ocupado.
Num canto, um rapaz, com seus 30 anos, comia sozinho, numa mesa para quatro.
Meio tímida, mas com fome e pressa, vendo que sua comida esfriava, aproximou-se e pediu:
"Posso sentar aqui?"
Ele olhou meio surpreso, mas autorizou-a com um sinal de cabeça.
"Obrigada", ela sussurrou enquanto ajeitava-se na cadeira.
Os olhares se cruzaram entre algumas garfadas.
O mais intenso foi quando ela levou o copo de suco à boca, sorvendo os goles com vontade.
E ele garfava pedaços de abacaxi enquanto correspondia àquela sutil paquera.
Tudo não durou mais de 20 minutos, e ele prolongou sua estada porque acabara de consumir seu PF fazia algum tempo.
Ela levantou-se jogando os cabelos para trás, caprichou no sorriso e soltou um atropelado: "Tchau, obrigada".
Ele respondeu com um gesto com as mãos, meio sem tradução, e devolveu outro sorriso: "Imagine! De nada!"
E a vida continuou, cada um na direção de seus carros, em andares diferentes do estacionamento lotado.
Ela abriu a porta, sentou-se contrariada frente ao volante e soltou uma frase solitária:
"Essa vida fast food é uma merda!"

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