Diariamente, um desafio é lançado: uma palavra, apenas uma, que seja capaz de mexer com a criatividade desses oito escritores. Eles deixam os dedos correr no teclado, livres e descomprometidos. O resultado? Uma poesia, uma crônica, um haikai, um conto... Enfim, o que a inspiração deixar. O blog é isso, um convite à criatividade, provocada todos os dias, no finalzinho do expediente.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Por Gabriela
Um colar de contas me conta toda.
O citrino amarelo minha avó me deu, ainda menina, pra carregar pela vida, feito farol. Pra dias escuros, pra sempre.
As pérolas vêm da outra avó, depois de minha mãe. Dos bailes de debutantes até hoje, pra acreditar em sonhos.
O coral vermelho pra aquecer o peito, de alguém que me viu crescer. E me viu sorrir muito mais que hoje.
A safira, pela formatura na faculdade, azul azul como prometiam o futuro naquele tempo. De meus pais.
Nem rubi ou esmeralda nestas voltas, que muita coisa minha vida ainda não tratou de trazer.
O brilhante eu talvez quisesse em um dedo, solitário, pra me mostrar justamente o oposto de ser só.
Mas nem só de contas e pedras, a vida.
Um brilho de olho, só, também dá conta de me contar toda.

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