Por Gabriela
Tava desenxabida. Sabe desenxabida? Essa coisa nem cá nem lá? Um morno chato, uma vontade manca, um humor omisso. Mais pra reclamar da vida, pra implicar com a colega chata que faz cara de Poliana a existência inteira e tem voz de quem está rindo indeterminadamente mesmo quando o assunto é dos mais sérios e pentelhos (sim, concomitantemente). E dona daquela impaciência crônica que faz acreditar que o mundo se transformou num grande complô pra te aporrinhar, estragar o dia, lembrar que você nem deveria ter levantado da cama, quiçá sair de casa! Então, desenxabida e irritada, querendo morder o primeiro infeliz que ousasse cruzar seu caminho com aqueles risinhos bobos na cara. E eis que a amiga chama pro almoço. E além dela, mais duas amigas. E a caminho do restaurante, aquela falação meio raivosa contra as chatices do dia a dia, as pessoas e suas incongruências, as falsidades, politicagens...até diluir, virar risada, sair como desabafo e ficar infinitamente minúsculo, quase pó. E somada a isso, na fila do self-service, aquele feijão preto delicioso, luzidio, cheirando carne gorda e tempero de cozinheira de mão cheia! Fez esquecer tudo, aquele prato de feijão no almoço, cercado de amigas com quem se pode compartilhar coisas da vida, quaisquer. E na volta ao escritório, depois do café, só conseguia pensar que tinha sido bom ter saído da cama de manhã cedo.
Diariamente, um desafio é lançado: uma palavra, apenas uma, que seja capaz de mexer com a criatividade desses oito escritores. Eles deixam os dedos correr no teclado, livres e descomprometidos. O resultado? Uma poesia, uma crônica, um haikai, um conto... Enfim, o que a inspiração deixar. O blog é isso, um convite à criatividade, provocada todos os dias, no finalzinho do expediente.
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