Diariamente, um desafio é lançado: uma palavra, apenas uma, que seja capaz de mexer com a criatividade desses oito escritores. Eles deixam os dedos correr no teclado, livres e descomprometidos. O resultado? Uma poesia, uma crônica, um haikai, um conto... Enfim, o que a inspiração deixar. O blog é isso, um convite à criatividade, provocada todos os dias, no finalzinho do expediente.

terça-feira, 31 de março de 2009

Por Gabriela
Já catei muito vento. E conchas do mar.
Porque as ondas nunca se deixaram aprisionar.
Tive esta ilusão de controlar o tempo, de ser dona de mim.
Estive em montanhas altas, vendo o mundo de cima.
Enfiada em buracos, mal vi luz.
Eu fui demais.
Eu guardo um par de coisas destas minhas andanças.
Um girassol, o tênis furado na ponta, uma camiseta rasgada.
O catavento puído, um texto amarelado, uma foto sem data ou memória.
Uma garrafa vazia, um brinco quebrado, um pé de meia sem par.
Não, não são tesouros de uma índole apegada. Testemunhas, só. Cúmplices no meu ir pelo mundo.

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