Diariamente, um desafio é lançado: uma palavra, apenas uma, que seja capaz de mexer com a criatividade desses oito escritores. Eles deixam os dedos correr no teclado, livres e descomprometidos. O resultado? Uma poesia, uma crônica, um haikai, um conto... Enfim, o que a inspiração deixar. O blog é isso, um convite à criatividade, provocada todos os dias, no finalzinho do expediente.

segunda-feira, 16 de março de 2009

A PALAVRA DE HOJE É... TORMENTA

Por Gabriela
E o que mesmo sobrou depois de tudo?
Do estômago embrulhado depois do beijo arrancado à força quando já não era amor mas desespero de dois que não sabem como se largar mesmo depois do destroçado fim, início de começar a tomar lugar o mais puro e perigoso desprezo um pelo outro?
O que? Depois do devassar de toda intimidade, da exposição crua, do percorrer dos avessos até a exaustão? Depois de saber do outro até o que o próprio nega? E escarafunchar, cutucar, achar até o que não se sabia vivo? Sobra o que?
Amor nunca foi, que não é isso.
Tormenta. O fantasma de não se poder sozinho, de não se olhar por dentro e precisar sempre um outro – de muleta, de consolo, de espelho, de saco de pancada.
Claro que não, claro que não sobra nada depois disso.
Os cacos, reais, são de carne viva. Mas os sentimentos se preservam intactos, porque nunca houve nenhum.
Nenhum.
Não há restos se houve nada.

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