Diariamente, um desafio é lançado: uma palavra, apenas uma, que seja capaz de mexer com a criatividade desses oito escritores. Eles deixam os dedos correr no teclado, livres e descomprometidos. O resultado? Uma poesia, uma crônica, um haikai, um conto... Enfim, o que a inspiração deixar. O blog é isso, um convite à criatividade, provocada todos os dias, no finalzinho do expediente.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Por Cristina
Tinha vontade de conhecê-lo mas, medrosa como sempre, não demonstrou. Foram várias reuniões e a cada vez ela observava um trejeito, um jeito, alguma coisa...gostaria de poder olhar mais.
Um jeito de andar despachado, desligado, um jeito de vestir bonito, esporte, um jeito de falar sorrindo, fazendo rir, um sorriso levantando o cantinho da boca, um queixo bem feito, e quando colocava os óculos, um charme!
Um dia tirou o casaco do sempre terno no meio da reunião,calor, falou, ela se importava? Não, absolutamente, ficasse à vontade. O jeito de tirar o paletó e colocar no espaldar da cadeira, o jeito de levantar, o corpo ainda bonito apesar da madurice, parecia praticar algum esporte, ficou curiosa mas não perguntou, falou das cifras, perguntou valores.
Houve uma ocasião em que se pegou olhando as mãos dele, depois olhando a boca, lábios, ai a boca, os lábios, perdeu-se um pouco, escapou-lhe o assunto, será que ele percebeu? Lembrava-se também do dia em que se levantara para pedir um café e ao voltar viu como ele a olhava, ou será que era impressão? Sorriu, fingiu que não viu, o café já vem, vamos continuar?
Ali ele na sua frente, então ta, marcamos a próxima para a semana que vem? E então ele disse: e o fim de semana? Hã? Como? Isso, o fim de semana? Podemos nos ver? Tremeu. Nos ver? Que tal almoço?
Quase tropeçou, coração disparado, ele percebeu, segurou seu braço.
Então ela olhou bem nos olhos dele e sorriu. Almoço!

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