Diariamente, um desafio é lançado: uma palavra, apenas uma, que seja capaz de mexer com a criatividade desses oito escritores. Eles deixam os dedos correr no teclado, livres e descomprometidos. O resultado? Uma poesia, uma crônica, um haikai, um conto... Enfim, o que a inspiração deixar. O blog é isso, um convite à criatividade, provocada todos os dias, no finalzinho do expediente.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Por Cristina
Deixe-me ver sua mão. Que bonita é. Gosto de mãos assim, firmes, como as suas.Como é macia! Dá vontade de acariciar...Deixe-me ver as linhas, sulcadas como são. Vida longa e forte, destino bem traçado, quantas coisas posso imaginar olhando as linhas da sua mão...Deixe-me segurá-las mais um pouco, só isso. Você se incomoda? É que estou sentindo a maciez. Nada digo mas penso no que seria sentir suas mãos roçando meu corpo, cada canto, cada nuance, minhas curvas, minha nuca, suas mãos me segurando forte, exigindo meu corpo colado no seu. O que terão sentido os corpos que sua mão acariciou? Como eram suas mãos, antes de mim?Se você pergunta digo que estou só olhando as linhas e não estou pensando em nada. Mas nem olho para você porque sem duvida meus olhos diriam o que vai dentro de mim. Minha mão está suando melhor você não perceber, na verdade, você nem sabe que nessas horas minha mão sua, meu corpo treme e é quando sei que outra pele combinou com a minha pele. Mas como você me conhece pouco!De qualquer maneira vou acariciar sua mão só com a ponta dos dedos. Na verdade o que eu queria era que você me arrebatasse e com suas mãos me abraçasse forte e me acariciasse o corpo todo, com um abraço todo, com seu corpo todo e fizesse de nós dois um todo, o tempo todo.Mas nada digo. Isso, acaricie a minha cabeça, passe as mãos assim suaves pelo meu cabelo.Fico quieta, não penso no seu arroubo que não vem. Isso, não pare. Aos poucos, adormeço.

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