Diariamente, um desafio é lançado: uma palavra, apenas uma, que seja capaz de mexer com a criatividade desses oito escritores. Eles deixam os dedos correr no teclado, livres e descomprometidos. O resultado? Uma poesia, uma crônica, um haikai, um conto... Enfim, o que a inspiração deixar. O blog é isso, um convite à criatividade, provocada todos os dias, no finalzinho do expediente.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Por Cristina
Não tinha medo de nada
e com nada se detinha.
Atirada, saia sempre na frente,
falava o que lhe passasse pela cabeça,
conversava com quem cruzasse seu caminho,
contava casos,
ria alto.
Mas quando ele aparecia,
que mudança!
Que timidez,
que coração disparado,
que aflição sentia!
O rubor tomava conta,
as mãos tremiam e emudecia,
sem coragem de levantar os olhos.
Quando ele aparecia dava-se conta
de quanto o mundo estivera cinza sem ele.
Então pensava em festa,
em fogos de artifício,
em musica alta,
em rodopios e risadas.
Pensava em pegá-lo pela mão
em lhe contar suas historias,
em escutar o que dissesse,
em acarinhá-lo,
mimá-lo,
abraçá-lo,
niná-lo.
Pensava em ficar ao seu lado,
velar seu sono,
acordá-lo com musica e beijos,
e olhá-lo,
cada detalhe,
cada gesto,
cada sorriso.
Pensava.
Mas quando ele aparecia,
olhava o chão encabulada,
nada demonstrava
e nada dizia.
E então ele se ia
pensando em pegá-la pela mão,
em lhe contar histórias,
em acarinhá-la,
mimá-la
e olhá-la,
cada detalhe,
cada sorriso....

Nenhum comentário: