Diariamente, um desafio é lançado: uma palavra, apenas uma, que seja capaz de mexer com a criatividade desses oito escritores. Eles deixam os dedos correr no teclado, livres e descomprometidos. O resultado? Uma poesia, uma crônica, um haikai, um conto... Enfim, o que a inspiração deixar. O blog é isso, um convite à criatividade, provocada todos os dias, no finalzinho do expediente.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Por Gabriela
Pane da rede elétrica.
Foi muita água, muita lama, muito raio.
O bairro todo às escuras.
Da sacada, viam-se as cabecinhas nas janelas e algumas velas já bruxuleando.
Bonita de ver, a falta de luz. A elétrica.
O silêncio do escuro tomou a casa toda.
Nem televisão, nem computador, nem cd player.
Eu perderia o último capítulo da novela e o filme da noite.
Eu não conseguiria navegar pela internet, bater um papo virtual, fuçar os orkuts alheios.
Nem uma música de fundo eu teria de companhia naquelas horas escuras.
Achei o caminho do armário da cozinha, uma garrafa de vinho tinto ia pela metade.
Me larguei no sofá, taça na mão. As velas lá longe, fracas e mágicas.
Nunca tanto prazer num acabar de luz.
Nunca tanto gosto em me encontrar no silêncio, no escuro, no esquecido da rede elétrica.

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