Diariamente, um desafio é lançado: uma palavra, apenas uma, que seja capaz de mexer com a criatividade desses oito escritores. Eles deixam os dedos correr no teclado, livres e descomprometidos. O resultado? Uma poesia, uma crônica, um haikai, um conto... Enfim, o que a inspiração deixar. O blog é isso, um convite à criatividade, provocada todos os dias, no finalzinho do expediente.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Por Sócrates (texto 2)
Em tudo reside a maldade. Uma névoa de dúvida sobre o caráter de um amigo. Um inimigo próximo, vivo, sagaz e rasteiro. Entre o sentido e o significado a palavra dribla a compreensão da razão e nas entrelinhas da loucura revela a surpresa das cenas inesperadas, contidas, retidas no breú das horas sem saída, sem ponteiro, sem data marcada. É como um susto. És tu, então? Finalmente, revelou a verdadeira face. Nunca se sabe. Às vezes nem o tempo escapa. Resta a sombra. A traidora. Sempre ao lado. Engana a leveza da lua e o brilho do sol. Esconde o que deveria ser visto a olho nú. Mas, olhe, preste atenção. Nela reside todas as coisas importantes sobre alguém. E se numa dessas manhãs cinzas não percebê-la...cuidado. O diabo está no canto, como quem ri sozinho, como quem aguardo o momento exata para cobrar uma dívida. O pior momento. O pacto está feito e o endividado fará qualquer coisa para sanar essa dívida, interminável, impagável. Para sempre será apenas uma sombra. Cinza, imprecisa e fulgaz.

Um comentário:

Anônimo disse...

Texto sábio o seu, Sócrates. Todos temos uma sombra. Ou ela vive escondida e domada ou ela mostra as garras e fere. Ne sempre é fácil escolher. Mas a consciência é o melhor controle.
Bj
Mari