Diariamente, um desafio é lançado: uma palavra, apenas uma, que seja capaz de mexer com a criatividade desses oito escritores. Eles deixam os dedos correr no teclado, livres e descomprometidos. O resultado? Uma poesia, uma crônica, um haikai, um conto... Enfim, o que a inspiração deixar. O blog é isso, um convite à criatividade, provocada todos os dias, no finalzinho do expediente.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Por Gabriela
O Rodrigo escreve revoltado contra as mulheres no comentário de um texto de uma grande amiga num blog ótimo. Que nos achamos ‘grande coisa’ e hasteamos a bandeira da igualdade entre os sexos e fomos pro mercado de trabalho mas no fundo, no fundo, ainda estamos à espera do príncipe encantado e ‘precisamos’ dos homens. Que vivemos não, sem eles.

Estamos todos fartos desta história, não? Homens e mulheres. A máxima de que somos de ‘planetas’ diferentes também está mais que provada e exaustivamente debatida. Então chega de rodar em círculos, certo?

Nem sei o porquê, resolvi escrever pro Rodrigo (não, não sou amiga dele, nunca vi mais gordo, nem sei de quem se trata...somos anônimos um pro outro). Não pra endossar a gritaria feminista (que em alguns casos ainda soa histérica...me perdoem colegas de gênero, mas é verdade sim...), mas pra tentar ser solidária com ele e com as mulheres, os seres humanos, em geral – ninguém precisa de ninguém, mas que delícia a gente ter alguém e curtir esta coisa doida e estranha que é viver um relacionamento homem-mulher, né não?

Não adiantou, não. Nem sei se o Rodrigo me leu. Ele está mesmo contra o mundo das mulheres. Por um milhão de coisas, pode ser. Por uma só, também. O fato é que, nas entrelinhas, ou nas palavras da Hilda Hilst, que ele mesmo citou, deu pra sacar que a raiva do Rodrigo é dor. Uma sombra que ele carrega, daquelas que ficam depois de um coração partido. Ele também deve ter esperado a princesa. E deve ter se esfolado quando descobriu que elas não existem.

Minha solidariedade a você, desconhecido Rodrigo. Também já vimos este filme antes, muitas vezes. Mais que ver; vivi, vivemos isso, na carne, todo instante. Espero que da sua raiva, um dia, você descubra que quem espera príncipes e princesas é porque nunca se achou, não se vê, mal se conhece. O ideal não existe. E amar gente de carne e osso, a começar por nós mesmos; imperfeitos; é só o que resta. E é tanto.

Sossegue. Inspire-se na sábia Hilda, que você mesmo nos trouxe, e ‘pare de ganir diante do Nada’, meu querido.

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